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Conferência define propostas para fortalecer políticas públicas para o público LGBTQIA+ – CGNotícias

A criação de uma Casa Abrigo para acolher pessoas LGBTQIA+ em situação de rua, violência ou vulnerabilidade social foi uma das principais propostas da 2ª Conferência Regional dos Direitos da Pessoa LGBTQIA+ de Campo Grande e Região. Também foi sugerida a concessão de incentivos fiscais a empresas que oferecerem vagas para esse público, com critérios e regras definidos. Outra proposta importante foi a criação de um espaço seguro nas instituições de ensino, para profissionais e estudantes LGBTQIAPN+. A conferência foi realizada na quinta-feira (08), no Centro de Convivência do Idoso (CCI) Vovó Ziza.

Voltada à promoção e ao fortalecimento dos direitos da população LGBTQIA+, a conferência foi conduzida por Cris Stefany, chefe do Núcleo dos Direitos da Pessoa LGBTQIA+ de Campo Grande, e contou com a participação de representantes da sociedade civil e do poder público. O principal objetivo foi aprofundar o debate sobre a implementação e a consolidação da Política Nacional LGBTQIA+.

Durante a programação, os participantes se dividiram em grupos para discutir os quatro eixos temáticos da conferência, elaborando duas propostas para cada um. Os temas abordaram a garantia de direitos e inclusão social, o enfrentamento à violência contra pessoas LGBTQIA+, trabalho digno e geração de renda, interseccionalidade e internacionalização, além da institucionalização das políticas públicas voltadas a essa população.

As propostas elaboradas serão encaminhadas, por meio de formulário, para as conferências estadual e nacional, onde serão debatidas. Entre as sugestões, também está a criação de um conselho municipal representativo da população LGBTQIA+.

Ao final do encontro, foram eleitos 38 delegados titulares — 19 representantes do poder público e 19 da sociedade civil —, além de quatro suplentes, que participarão da Conferência Estadual, prevista para acontecer em agosto.

A secretária municipal de Assistência Social e Cidadania (SAS), Camilla Nascimento, ressaltou a importância da união entre as instituições no fortalecimento das políticas públicas voltadas à população LGBTQIA+. Ela considerou a conferência um momento histórico, já que a última edição havia sido realizada em 2016, e reforçou o compromisso da gestão municipal com a garantia dos direitos reivindicados durante o evento.

“A democracia exige participação e diversidade. Isso virá com o tempo. Minha esperança é que, um dia, o respeito verdadeiro não precise estar escrito em um artigo de lei. Acredito que ele nascerá do coração de cada pessoa. Mas, para isso, é preciso união para transformar a realidade. Quanto mais mãos unidas, maiores serão os resultados. Esta é uma luta por direitos, por segurança, por oportunidades e dignidade”, afirmou a secretária municipal de Assistência Social e Cidadania, Camilla Nascimento.

Avanços e capacitação

Ao comentar os principais pontos discutidos na conferência, a secretária destacou que, na SAS, a capacitação de servidores por meio da Escola do SUAS é contínua. Essa formação garante um olhar mais humanizado e preparo técnico adequado para acolher pessoas LGBTQIA+ no ambiente de trabalho.

Para a superintendente de Políticas de Direitos Humanos da SAS, Priscilla Justi, a realização da conferência reafirma o compromisso da gestão pública com uma sociedade mais justa e igualitária.

“Depois de quase nove anos, conseguimos retomar a conferência LGBTQIA+ em Campo Grande. Agradeço à comissão organizadora, que não poupou esforços para concretizar o evento; à equipe do espaço, que nos acolheu com respeito e disponibilidade; e a cada participante. Foi um dia de escutas, debates e construção coletiva. Tenho certeza de que esse momento renderá frutos concretos para as políticas públicas em nossa cidade e região”, destacou.

A secretária de Estado de Assistência Social, Patrícia Cozzolino de Oliveira, reforçou a necessidade de avançar em legislações que garantam mais segurança para a população LGBTQIA+. “Mesmo com espaços como esta conferência, onde as pessoas têm voz, ainda precisamos lutar por políticas públicas reais, que não se limitem ao assistencialismo. Nós, gestores, temos o dever de dar esse passo a mais, valorizando e protegendo essas vidas”, declarou.

A coordenadora da Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul, Mikaella Lima Lopes, considerou essencial a presença de gestores públicos no evento. “A participação de representantes do poder público mostra o comprometimento com a defesa dos nossos direitos. Precisamos combater os retrocessos que atingem nossa comunidade. As políticas públicas precisam sair do papel e ser levadas a sério, para que possamos exercer nossos direitos de forma plena”, pontuou.

A conferência também contou com a participação de Luan Henrique da Silva Souza, secretário do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades de Mato Grosso do Sul, e de Bel Silva, vice-presidente do Conselho Estadual LGBTQIA+.

#ParaTodosVerem As imagens de capa e internas são da conferência.



PMCG

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